A
religião, o moralismo e a questão da homoafetividade de fato entraram rol das
discussões mais acaloradas da mídia nos últimos tempos. De um lado os que
defendem o direito dos homossexuais, de outro, o que não aceitam os
homossexuais.
Se repararmos a temática foge um pouco da sensatez, pois
defender direitos para os homossexuais é defender direitos para seres humanos.
O x da questão está justamente no fato de que muitos não aceitam pessoas que
têm parceiros do mesmo sexo como seres humanos. Para muitos, são aberrações,
são seres influenciados por espíritos malignos, são safados, enfim, não
faltaria adjetivos para qualificá-los.
O assunto gera polêmica e traz consigo uma gama de conceitos
adquiridos no seio de nossa sociedade machista e mal resolvida. Traz ainda um
plus recebido dentro de templos religiosos, onde alguns líderes insistem em
condenar e disseminar o ódio contra os homossexuais. Tudo isso, segundo eles,
baseados na bíblia, a qual também colocam como orientadora da submissão de
mulheres aos seus maridos. A impressão é que estamos regredindo na história.
Quando começamos a acreditar em uma sociedade mais igualitária
surge uma declaração devastadora. Ultimamente, o pastor Malafaia, tem sido
campeão em falar asneiras de cunho preconceituoso. Ta certo, o pastor tem
o direito de não gostar do que ele quiser, mas demonizar um grupo de pessoas é
incentivar a violência e o ódio.
A
tolerância religiosa é algo imprescindível, no entanto, quando o fundamentalismo
baseado em interpretações favoráveis a determinados grupos se arvora a
disseminar maluquices, ele precisa ser combatido. Se a bíblia em algumas
passagens condena a homossexualidade, em outras ela também incita o
apedrejamento de mulheres, a escravidão, entre outras ações inaceitáveis na
atualidade. Se essa preocupação toda com o tal do “moralismo” se transformasse
por exemplo, em uma luta contra o trabalho infantil, contra a miséria, a
corrupção... Bem, tem uma série de brigas boas para serem compradas.
Acredito
que a religião, deva ser uma ferramenta de auxílio ao ser humano no processo de
evolução (estamos aqui para evoluir, certo?) e não o contrário. Se o principal
ensinamento de Jesus foi o amor, qual a razão de tanto ódio pregado por alguns
religiosos que se dizem seguidores dele? Cada um tem o direito de acreditar no
que bem entender, mas tem também a obrigação de respeitar os diferentes. Aliás,
eu continuo acreditando que esses “diferentes” nem são tão diferentes assim dos
que os condenam...