A sociedade não é sexista. Ela também não é racista e nem
discriminatória. Não, se você tiver um elemento que se sobrepõe a tudo isso,
inclusive, sobre seu caráter: dinheiro.
Se você o possuir, seus direitos serão todos garantidos,
você terá sorte e todos os anjos e santos estarão ao seu lado. Não, espere! Você está sendo radical, moça! Vivemos numa
sociedade igualitária. “O sol nasce para todos”.
Ah, claro, igualdade está lá garantida na lei. Mas, será que
o seu José, que é pedreiro, perdeu os movimentos de um braço, não consegue mais
trabalhar e luta para ser aposentado está sabendo disso? Provavelmente sim, ele sabe, o problema (ou
melhor), a realidade é que ele irá penar anos até conseguir comprovar sua
incapacidade (se viver até lá), pois ele não dispõe dos mecanismos que na
prática agilizariam sua vida.
Não estou dizendo que tudo por aqui, precisa ser pago, para
ser conquistado, mas é fato que a classe social é fator determinante no
tratamento que os cidadãos recebem. Nestes belos tempos de “igualdade”, vale
mais quem tem mais.
Se a mesma situação ocorresse com o Sr. Albuquerque, um
profissional gabaritado, doutorado, muito bem estabelecido na sociedade, ele
passaria pelos mesmos perrengues do pedreiro? Lamento informar ao que acreditam
na equidade social, mas a resposta é não.
Vamos ao caso das mulheres – e desse, falo de cadeira. Conquistamos alguns direitos, saímos para
trabalhar, assumimos funções antes somente masculinas, votamos. Enfim, estamos
na escalada, só que as coisas não tem sido fáceis do lado de cá.
Mais uma vez volto à questão social. Continua sendo uma
penúria ser mulher nesta sociedade, digo pertencer ao sexo feminino não ter aquela
tal posição social, que garantirá o respeito necessário. Posição que irá evitar o assédio sexual e
moral, os salários inferiores, a objetificação e garantir a consideração necessária.
Ter menos é lutar diariamente para ser visto, para não ser
esquecido e nem abandonado pela sociedade igualitária.
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Os nomes são fictícios.