Marxista! Para você o que é “marxista”?. Não vou aqui
explanar sobre o termo, mas vou dizer que para muitos ele é um xingamento, uma
forma de humilhar, como se outro (o marxista) fosse uma espécie estranha, um
criminoso, um contraventor. Ah sim, a melhor definição: um subversivo, como se
dizia no período da ditadura.
O episódio ocorrido na noite de domingo (3) quando policiais
militares de Foz do Iguaçu, sob a alegação de uma denúncia por perturbação de
sossego estiveram em uma moradia da Unila, me fez refletir sobre o termo e
sobre o preconceito. A moradia foi palco
de um conflito entre PMs e estudantes, um deles, estudante de Sociologia foi “acusado”,
de “marxista”.
O que causa estranheza no caso não é a postura do policial,
pois talvez, ele nem saiba quem foi Karl Marx, mas sim, a postura de muitos
outros cidadãos da cidade, que baseados nas primeiras informações sobre o
assunto iniciaram um debate preconceituoso a respeito da presença daqueles
estudantes na cidade. Muitos destes, também estudantes de outras universidades,
que ao invés de saberem sobre a realidade dos fatos, preferiram manifestar seu
desgosto com os estrangeiros da Unila, com aqueles estranhos, “marxistas”, “comunistas”,
“anarquistas”...
Não irei aqui dizer que os alunos da universidade da
integração são anjos, até porque ali, existem pessoas das mais diferentes
situações e histórias de vida, estrangeiros, brasileiros de outros estados,
enfim, jovens das mais diferentes origens e situações. Fato é, que quase todos
vivem longe de suas famílias e formam ali, entre eles mesmos, sua outra
família, o que lhes dá sim, o direito de se reunirem, comemorarem o que quer
que seja – é, claro, dentro dos limites existentes na sociedade.
O som que teoricamente havia perturbado vizinhos do hotel
Passaport, ou melhor, da moradia Quebrada do Guevara, partia de duas caixinhas
de som, dessas de computador, ligadas a um celular. Havia um violão e haviam
vozes. Depois disso houve truculência, houve despreparo e houve preconceito.
Não consigo imaginar outra palavra para justificar a ação e os posteriores
comentários do tipo “somos nós que pagamos por isso”. Ou seja, uma parcela da
sociedade indignada por pagar com seus impostos para que estudantes “baderneiros”
provoquem confusão na cidade.
O vídeo divulgado hoje mostra claramente como alguns fatos
daquele triste episódio realmente aconteceram, bem diferente das primeiras
versões divulgadas por setores da imprensa iguaçuense. Com este acontecimento, ficou nítido que esta
tão propagada “harmonia entre os povos” e a integração latino-americana ainda
precisa caminhar muito para alcançar sua plenitude.
Oi Fernanda, acabei de conhecer o seu blogue pela Guatá, achei muito bom, já sou seguidor, incluí o seu link na minha lista de blogues e dei uma chamada para este artigo no meu blogue... Parabéns pelo blogue!!!
ResponderExcluirbeijão...