terça-feira, 1 de maio de 2012

Jornalistas no combate ao mau jornalismo


Fatos ocorrem a cada segundo, fatos importantes, pouco importantes, fatos que dizem respeito diretamente as nossas vidas e fatos que em nada nos acrescentarão.  Informações existem ou inexistem, informações são repassadas e não são repassadas. Algumas vezes, informações são alteradas.

Difícil definir o que é pior no caso da informação: se aquela que não nos é transmitida ou aquela que sofre contaminações.  Isenção em um texto, seja ele jornalístico ou não, é algo impossível de se encontrar, no entanto, o limite de influência daquele que é responsável pela informação precisa ser ponderado. A atualidade trouxe consigo uma grande facilidade no acesso a informação. Diariamente somos bombardeados de notícias por todos os lados e aí, como filtrar?

A grande bandeja de notícias oferece ao receptor a possibilidade de analisar diversas fontes e escolher aquilo que lhe pareça mais coerente. Talvez esteja aí o poder de quem está do lado de cá da informação.  Infelizmente no Brasil, nem todos têm acesso às mídias alternativas – seria utópico demais acreditarmos que já é assim – porém, o caminho já não possui mão única. Outro fato que não pode ser negado é aquela cultura arraigada em boa parte da população, cujo fundamento aponta para as grandes empresas de mídia como a fonte de informação única necessária ao dia-a-dia. Estamos caminhando sim, mas é necessário saber que até mesmo a capacidade de discernimento passa impreterivelmente pela boa qualidade da educação formal, aquela capaz de fazer pensar, mas esse é um outro debate.

Não há dúvidas que os movimentos sociais contrários ao capitalismo que estão ocorrendo ao redor do mundo são ignorados por muitos, já que uma boa parcela dos segmentos da "grande imprensa" preferem não noticiar ou então "mascarar" as informações sobre o assunto. O controle da informação é um fato real e presente, a grande massa desconhece e continuará desconhecendo porque conta com poucos para lhe dizer da realidade.

 O jornalista e sociólogo Ignacio Ramonet já propôs a criação do "quinto poder", com a função de denunciar os grandes grupos midiáticos que não defendam a população, mas ao contrário, atuam como opositores. A academia nos ensina uma das premissas do bom jornalismo: "ouvir sempre, os dois lados". Com esse dado na cabeça já se sabe que tem algo errado acontecendo por aí.

A prostituição da imprensa irá diminuir quando os próprios jornalistas tomarem a luta para si, em defesa da boa informação e do direito dos cidadãos de receberem a notícia como é ela é - nem mais nem menos. Contextualizar uma notícia pede consciência de classe e até mesmo, espírito de humanidade, por saber que podemos, sim, atuar na transformação da sociedade. Falo aqui de resistência. A proposta aos jornalistas é de atuarem na frente de defesa dos menos favorecidos, grupo ao qual também pertencemos.

Talvez seja este o momento de parar com a reverência dedicada a certos órgãos de imprensa. Aquela mesma reverência que faz um aspirante sonhar em obedecer determinados padrões de qualidade, não apenas pelo salário, mas principalmente pelo status ideológico que aprendeu a almejar. Nesta história de guerra midiática, os jornalistas devem ser os protagonistas e irem para batalha por si e pelos outros também.

Nenhum comentário:

Postar um comentário