Fatos
ocorrem a cada segundo, fatos importantes, pouco importantes, fatos que dizem
respeito diretamente as nossas vidas e fatos que em nada nos
acrescentarão. Informações existem ou inexistem, informações são
repassadas e não são repassadas. Algumas vezes, informações são alteradas.
Difícil
definir o que é pior no caso da informação: se aquela que não nos é transmitida
ou aquela que sofre contaminações. Isenção em um texto, seja ele
jornalístico ou não, é algo impossível de se encontrar, no entanto, o limite de
influência daquele que é responsável pela informação precisa ser ponderado. A
atualidade trouxe consigo uma grande facilidade no acesso a informação.
Diariamente somos bombardeados de notícias por todos os lados e aí, como
filtrar?
A
grande bandeja de notícias oferece ao receptor a possibilidade de analisar
diversas fontes e escolher aquilo que lhe pareça mais coerente. Talvez esteja
aí o poder de quem está do lado de cá da informação. Infelizmente no
Brasil, nem todos têm acesso às mídias alternativas – seria utópico demais
acreditarmos que já é assim – porém, o caminho já não possui mão única. Outro
fato que não pode ser negado é aquela cultura arraigada em boa parte da população,
cujo fundamento aponta para as grandes empresas de mídia como a fonte de
informação única necessária ao dia-a-dia. Estamos caminhando sim, mas é
necessário saber que até mesmo a capacidade de discernimento passa
impreterivelmente pela boa qualidade da educação formal, aquela capaz de fazer
pensar, mas esse é um outro debate.
Não
há dúvidas que os movimentos sociais contrários ao capitalismo que estão
ocorrendo ao redor do mundo são ignorados por muitos, já que uma boa parcela
dos segmentos da "grande imprensa" preferem não noticiar ou então
"mascarar" as informações sobre o assunto. O controle da informação é
um fato real e presente, a grande massa desconhece e continuará desconhecendo
porque conta com poucos para lhe dizer da realidade.
O
jornalista e sociólogo Ignacio Ramonet já propôs a criação do "quinto
poder", com a função de denunciar os grandes grupos midiáticos que não
defendam a população, mas ao contrário, atuam como opositores. A academia nos
ensina uma das premissas do bom jornalismo: "ouvir sempre, os dois
lados". Com esse dado na cabeça já se sabe que tem algo errado acontecendo
por aí.
A
prostituição da imprensa irá diminuir quando os próprios jornalistas tomarem a
luta para si, em defesa da boa informação e do direito dos cidadãos de
receberem a notícia como é ela é - nem mais nem menos. Contextualizar uma
notícia pede consciência de classe e até mesmo, espírito de humanidade, por
saber que podemos, sim, atuar na transformação da sociedade. Falo aqui de
resistência. A proposta aos jornalistas é de atuarem na frente de defesa dos
menos favorecidos, grupo ao qual também pertencemos.
Talvez
seja este o momento de parar com a reverência dedicada a certos órgãos de
imprensa. Aquela mesma reverência que faz um aspirante sonhar em obedecer determinados
padrões de qualidade, não apenas pelo salário, mas principalmente pelo status
ideológico que aprendeu a almejar. Nesta história de guerra midiática, os
jornalistas devem ser os protagonistas e irem para batalha por si e pelos
outros também.
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